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Ataque químico na cidade de Duma na síria

Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) informou nesta segunda-feira (9) que investiga as informações sobre um suposto ataque químico na cidade de Duma, último reduto rebelde na província síria de Guta Oriental.

A Rússia afirma que são falsas as suspeitas de que o governo sírio seria responsável pelo bombardeio.

“A Opaq fez uma análise preliminar das informações sobre a suposta utilização de armas químicas desde sua publicação. Mais elementos serão reunidos para estabelecer se foram utilizadas armas químicas “, afirmou o diretor geral da organização, Ahmet Uzumcu, segundo a France Presse.

O ataque em que um gás tóxico teria sido utilizado aconteceu no sábado e deixou dezenas de mortos e feridos. A Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS, na sigla em inglês) e a Defesa Civil síria (ONG mais conhecida como Capacetes Brancos) estimam que 49 pessoas morreram.

Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora a guerra civil do país, disse que ao menos 80 pessoas morreram – 40 de sufocamento. O governo sírio nega a utilização de armas químicas.

‘Provocação’

Nesta segunda, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, considerou que as acusações que pesam contra o governo sírio são falsas e constituem uma provocação, informou a Reuters. A Rússia é a principal aliada do governo de Bashar al-Assad na guerra, que já dura sete anos.

Lavrov também disse a repórteres, após reunião com seu colega tadjique em Moscou, que um ataque aéreo realizado no domingo contra uma base aérea síria era uma evolução perigosa. Segundo Lavrov, especialistas militares estiveram em Duma e não localizaram traços de “cloro ou de qualquer outra substância química utilizada contra os civis”.

Já o governo britânico pediu uma resposta contundente ao suposto ataque químico, sem acusar diretamente o presidente sírio Bashar al-Assad. Em uma conversa com seu colega francês, o ministro das Relações Exteriores britânico Boris Johnson “enfatizou a necessidade urgente de investigar o que aconteceu em Duma e garantir uma resposta forte e contundente”, segundo a France Presse.

Acusação

A acusação do suposto ataque químico contra o governo partiu do grupo rebelde sírio Jaish al-Islam. Eles acusam o regime de Assad de lançar um barril-bomba com substâncias químicas venenosas contra civis em meio a uma ofensiva das forças do governo sírio a Duma.

Os Capacetes Brancos, socorristas ligados à oposição, relataram que famílias inteiras foram encontradas sufocadas em suas casas e abrigos.

Reação dos Estados Unidos

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, apontou nesta segunda o papel da Rússia no suposto ataque com gás tóxico e advertiu que não exclui uma resposta militar, segundo a France Presse.

“A primeira coisa a considerar é por que ainda estão usando armas químicas, quando a Rússia foi garantidor da retirada de todas as armas químicas” na Síria, declarou Mattis no Pentágono, em uma reunião com o seu colega do Catar.

“Trabalhando com nossos aliados e parceiros da Otan ao Catar e outros, vamos considerar a situação e neste momento eu não descarto nada”, acrescentou.

No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, condenou o suposto ataque e afirmou que a Síria pagará um preço alto. “Muitos mortos, incluindo mulheres e crianças, em um ataque químico absurdo na Síria. A área da atrocidade está cercada pelas forças sírias, deixando-a inacessível para o resto do mundo”, escreveu.

“Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis pela volta do ‘animal’ Assad. Preço alto a ser pago. Abram a área imediatamente para atendimento médico e investigação. Outro desastre humanitário sem qualquer razão”, completou Trump.

O Departamento de Estado dos EUA disse que relatos de vítimas do suposto ataque foram “horripilantes” e que, se confirmados, “exigem uma resposta imediata da comunidade internacional”.

Nestar tarde, acontecerá uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a situação na Síria. Nove dos 15 países que integram o Conselho assinaram o pedido de reunião: Costa do Marfim, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Kuwait, Peru, Polônia e Suécia.

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