A entidade calcula que haja 266 pessoas feridas. Os embates na capital, Trípoli, já duram pelo menos seis dias. O governo do país que é reconhecido internacionalmente enfrenta tropas do leste, que não reconhecem sua autoridade.
Os combates no arredores de Trípoli, capital da Líbia, deixaram pelo menos 56 mortos e 266 feridos nos últimos seis dias, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta (11). Entre os mortos estão dois médicos e um motorista de ambulância, segundo a entidade, que não especificou se os outros eram civis ou combatentes.
“Milhares de pessoas fugiram de suas casas, enquanto outras milhares estão presas nas zonas de conflito. Os hospitais de Trípoli e seus arredores recebem vítimas todos os dias”, afirmou a agência da ONU em um comunicado, segundo a agência de notícias France Presse.
A OMS enviou equipes de emergência aos hospitais. Na terça (9), a entidade afirmou que 47 pessoas haviam morrido, e outras 181 ficado feridas. A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, declarou que ações como o ataque ao aeroporto de Trípoli, na segunda-feira, podem constituir crimes de guerra.
“A população da Líbia está presa entre as diferentes facções do conflito há muito tempo, e os mais vulneráveis sofrem as piores violações dos direitos humanos”, afirmou a ex-presidente chilena em um comunicado.
A disputa
O país passa por confrontos entre o governo internacionalmente reconhecido, sediado em Trípoli, e o Exército Nacional Líbio (LNA), que tomou o leste do país, com lideranças estabelecidas na cidade de Bengazi. Comandado pelo ex-general Khalifa Haftar, o LNA lançou, na semana passada, um avanço sobre a capital.
O ex-general Haftar, de 75 anos — que passou os últimos anos lutando contra militantes islâmicos no leste da Líbia — apresenta-se como uma “mão forte” que pode unificar o país e livrá-lo dos extremistas. Seus oponentes, entretanto, o veem como alguém que poderia liderar de forma autoritária, como o ex-presidente Muammar Kadhafi, morto em 2011.
As forças do LNA tomaram o deserto da Líbia no início deste ano, antes de partirem para Trípoli neste mês, onde estão abrigadas na parte sul. O governo do primeiro-ministro, Fayez al-Serraj, busca bloqueá-los com a ajuda de grupos armados que saíram da cidade de Misrata, no litoral, em picapes equipadas com metralhadoras.