Esse é o segundo crime que acontece em intervalo de 24 horas próximo de escolas da região
Manoel do Espírito Santo, 39 anos, foi morto a tiros dentro de um carro – modelo Fox, placa OZS 0269, com licenciamento de Salvador -, na manhã desta quarta-feira (28), em frente ao Colégio Estadual Duque de Caxias, na Avenida Lima e Silva, principal do bairro da Liberdade. Dentro do carro onde Manoel foi morto há produtos de feira a exemplo de quaibos.
O crime aconteceu por volta de 10h30, segundo a Polícia Militar, e causou grande congestionamento na Estrada da Liberdade e adjacências. Testemunhas relataram ao CORREIO que muitos tiros foram ouvidos no momento do ataque. A companheira da vítima, que não foi identificada, conseguiu fugir e se abrigar no colégio.
Ontem (28), às 10h30, um estudante foi baleado na porta do Colégio Estadual Getúlio Vargas – antigo Carneiro Ribeiro Filho -, na Ladeira da Soledade. A distância entre a escola da Soledade e a da Liberade é de menos de 2 km.
“Eu estava saindo da feira [do Japão], só ouvir as rajadas. Mais de dez tiros, com certeza. Pânico geral e todo mundo correndo louco”, disse uma mulher, sem se identificar. Ainda conforme a testemunha, dois homens em uma moto e emparelharam Maniel, efetuaram os disparos e fugiram sentido Baralho.
“Eu nunca vi isso, está cada vez pior. Antes bandido saia pra matar de noite, agora é qualquer hora, assim, à luz do dia”, completou ele. Populares não souberam informar se Manoel é morador da Liberdade.
O local do crime foi isolado pela Polícia Militar, que aguarda a chegada dos peritos do Desmatamento de Polícia Técnica (DPT), para que o corpo possa ser removido.
Uma equipe da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) está no local para ordenar o tráfego de veículos.
O crime vai ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Ainda não temos indícios de se foi ou não uma briga de trânsito, mas sabemos que o crime foi cometido por dois motociclistas, sim. A esposa dele estava com ele no momento e não ficou ferida na ação”, disse a delegada Marilene Lima, que acompanha o levantamento cadavérico.
Ainda segundo Marilene, uma sobrinha e um sobrinho da vítima estiveram ao local mas ainda não foram ouvidos.
Vendedora ambulante, Dilma Silva, 61, trabalha na Liberdade há 30 anos e disse que achou que fosse ser atingida. “Como eu estava muito perto, tive que me jogar no chão, dentro da barraca, achei que ia morrer. Foram muitos tiros”, disse.
Já a estudante Andrea Pinto, 23, disse que se preparava para sair do colégio, quando foi surpreendida pelos disparos. “Estava descendo os degraus do portão de saída, dei meia-volta e corri. Uns dois minutos depois, vi a moça entrar desesperada “, disse ela ao CORREIO, em referência à companheira de Manoel.
Até por volta de 13h o corpo ainda permanecia no local. Na cena do crime, algumas pessoas comentavam que uma briga de trânsito teria motivado o homicídio. “Eu não vi, mas é o que algumas pessoas estavam falando”, disse um o aposentado Gerson Carneiro, 55, que mora em uma rua ao lado da escola.